Nova Iorque (Do enviado especial) – O Presidente da República e da União Africana (UA), Sua Excelência João Manuel Gonçalves Lourenço, afirmou, esta terça-feira, em Nova Iorque, que “o povo palestino não pode ser confundido com o Hamas” e que “não há povos e muito menos crianças terroristas”.
Ao intervir na 80.ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas, o estadista angolano reiterou que os palestinos têm direito a um Estado independente e soberano, no qual possam preservar a sua cultura, assegurar o futuro e oferecer perspectivas seguras à juventude.
Segundo o Presidente, esse Estado deverá permitir que os palestinos possam fazer valer a sua cultura, cuidar do seu futuro e abrir perspectivas previsíveis e seguras para a sua juventude.
As preocupações em torno deste conflito, disse, assumem uma escala ainda maior diante do silêncio, das hesitações e das reacções tímidas da comunidade internacional, que parecem legitimar a expansão da guerra para os países da região, corroendo inexoravelmente a autoridade das Nações Unidas.
“Nada pior do que a exclusão da delegação da Palestina deste fórum onde teria o direito de fazer ouvir a sua voz como EstadoMembro, à luz dos termos do Acordo-Sede”, disse João Lourenço.
Acrescentou que a não garantia da presença do Presidente da Autoridade Palestina nesta Assembleia Geral “emite um sinal muito negativo, pois encoraja a continuação do genocídio a que todos assistimos impotentes e impunemente, adia a resolução do problema e complica os esforços que vêm sendo envidados para se pôr termo a esse intrincado conflito”.
O Chefe de Estado angolano condenou veementemente esta posição unilateral, contrária aos princípios que regem a Carta das Nações Unidas. Embargo a Cuba
Durante a sua intervenção, apelou, da mesma forma, para o levantamento sem condições do “injusto” e prolongado embargo contra Cuba, que "tem consequências graves"sobre a economia e as condições de vida do povo cubano, que luta diariamente para resistir a uma punição rejeitada pela comunidade internacional".
Referiu que Cuba desempenhou um importante papel na luta dos povos africanos, que levou ao derrube do regime racista e desumano do apartheid na África do Sul, e que, por este facto, foi parte signatária do Acordo de Paz de Nova Iorque, de 22 de Dezembro de 1988, que trouxe a liberdade ao povo sul-africano e levou à independência da Namíbia.
“Cuba não pode ser considerada de forma arbitrária e unilateral como um Estado patrocinador do terrorismo, à luz das relevantes resoluções das Nações Unidas”, refutou o Presidente.
Para João Lourenço, este modelo de actuação de um pequeno grupo de países não se ajusta aos padrões de convivência global minimamente aceitáveis e está na origem das sanções unilaterais e subjectivas aplicadas ao Zimbabwe e à Venezuela que nenhum outro resultado produz que não seja o sofrimento das populações, que num acto de elevado patriotismo acabam por se unir em defesa das suas nações.
Disse que essas medidas não produzem nenhum outro resultado que não seja o sofrimento das populações, que num acto de elevado patriotismo acabam por se unir em defesa das suas nações”.
A sessão da Assembleia Geral da ONU deste ano decorre sob o lema “Melhor Juntos: 80 Anos e Mais, para a Paz, o Desenvolvimento e os Direitos Humanos”. SR/ART