O Representante Permanente de Angola junto das Nações Unidas, Sua Excelência Embaixador Francisco José da Cruz, participa no 10º Fórum Global da Aliança de Civilizações das Nações Unidas (UNAOC), que decorre até esta quarta-feira, 27 de Novembro, em Cascais, Portugal, sob o lema: *Unidos na Paz: Restaurando a Confiança, Remodelando o Futuro, Reflectindo sobre Duas Décadas de Diálogo para a Humanidade”.
Ao Intervir no evento, em representação de Sua Excelência Embaixador Téte António, Ministro das Relações Exteriores, o diplomata angolano realçou a importância da realização do Fórum, sublinhando o seu firme compromisso na promoção da paz e do diálogo intercultural.
Salientou que o trabalho da UNAOC tem facilitado o debate sobre os desafios e oportunidades de se viver num cenário de diversidade, prevenindo tensões e crises inter culturais, combatendo estereótipos, percepções erradas, discriminação e xenofobia.
Acrescentou que o Fórum tem contribuído para o diálogo, o respeito mútuo e a cooperação além-fronteiras para o alcance de um mundo melhor, de harmonia e coexistência pacífica.
Sua Excelência Embaixador Francisco José da Cruz observou que *no actual cenário global, a paz, a estabilidade e o desenvolvimento estão continuamente em risco e devem merecer “a nossa atenção e defesa*”, salientou.
Considerou que os pilares da Aliança de Civilizações das Nações Unidas, nomeadamente a juventude, a educação, os meios de comunicação social, a migração e as mulheres , constituem as bases para o desenvolvimento e a implementação dos seus vários programas e iniciativas que desempenham um papel fundamental no diálogo entre culturas e religiões, no reforço da solidariedade e na construção de pontes entre comunidades para intensificar a cooperação internacional.
Destacou a necessidade da promoção de condições para que pessoas de diferentes identidades, crenças e culturas possam viver em harmonia, no respeito mútuo, desfrutando das suas liberdades fundamentais e evitando todas as formas de discriminação, xenofobia e intolerância religiosa.
Lembrou que no Pacto para Futuro, adoptado em Setembro último a favor de um multilateralismo mais activo que proporcione um futuro melhor para as pessoas e o planeta, os Estados-Membros reafirmaram a necessidade de construir sociedades pacíficas, justas e inclusivas que facultem um acesso igualitário à justiça, assentes no respeito pelos direitos humanos, no Estado de direito e na boa governação a todos os níveis.
A este respeito, enfatizou que Angola saúda a Resolução A/RES/78/286 da Assembleia Geral das Nações Unidas, intitulada “Dia Internacional para o Diálogo entre Civilizações” que reafirma o papel estratégico da Aliança de Civilizações das Nações Unidas e reconhece o diálogo na conjugação dos esforços da comunidade internacional na consolidação das tradições de coexistência pacífica e da confiança entre os povos do mundo.
Segundo Sua Excelência Embaixador Francisco José da Cruz, o aumento dos conflitos políticos, da intolerância religiosa, étnica e cultural, da extremismo violento e do terrorismo que assistimos em várias partes de África, justifica, mais do que nunca, a necessidade de se encontrarem soluções pragmáticas e complementares a favor da paz e da estabilidade neste continente.
Neste contexto, destacou a agenda diplomática de Sua Excelência João Manuel Gonçalves Lourenço, Presidente da República enquanto “Campeão da União Africana para a Paz e Reconciliação em África ”, tem privilegiado a promoção e divulgação de iniciativas conducentes à paz e segurança em África.
Informou que, dentro dos princípios da Carta Africana sobre Democracia, Eleições e Governação, Angola lançou em Setembro de 2019, a “1ª Edição do Fórum Pan-Africano para a Cultura de Paz - Bienal de Luanda”, em parceria com a União Africana (UA) e a UNESCO.
Desde então, fez saber que esta iniciativa tem congregado, de dois em dois anos, entidades públicas, da sociedade civil, da academia e outros parceiros num movimento pan-africano empenhado na promoção de uma cultura da paz em África para o reforço dos Estados e das instituições democráticas.
Promove o respeito pelos direitos humanos para garantir a defesa da dignidade humana e a protecção do meio ambiente.
O Representante Permanente de Angola junto das Nações Unidas, reafirmou o compromisso do país na luta contra a desinformação, o discurso de ódio, xenofobia e a discriminação cultural e religiosa.
Reiterou também o empenho na defesa de um sistema multilateral revigorado para fazer face aos riscos e desafios mundiais emergentes, promovendo a visão de uma Aliança para a Paz e os valores de prevenção, mediação e resolução de conflitos.
A próxima Bienal de Luanda está agendada para Novembro de 2025.