Angola participou de 2 a 4 de Dezembro na Reunião de Alto Nível sobre os Países Menos Avançados que decorreu em Doha, Qatar, sob o lema: “Parcerias Globais Ambiciosas para uma Graduação Sustentável e Resiliente dos Países Menos Desenvolvidos”.
O evento visou reforçar as parcerias globais e promover instrumentos inovadores que assegurem uma graduação sustentável, resiliente e irreversível dos Países Menos Desenvolvidos, em alinhamento com os objectivos do Programa de Acção de Doha e da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável.
Participaram no evento o Representante Permanente de Angola junto das Nações Unidas, Embaixador Francisco Jose da Cruz e o Embaixador Extraordinário e Plenipotenciário de Angola no Qatar, António Ramos da Cruz.
Ao intervir no Diálogo Ministerial de Alto Nível, sobre Caminhos Estratégicos em Meio a um Cenário de Desenvolvimento Global Desafiador e Desbloquear Novas Oportunidades, o Embaixador Francisco José da Cruz defendeu que a trajectória de Angola rumo à saída da lista de Países Menos Desenvolvidos demonstra a importância de adoptar caminhos estratégicos e resilientes face à cenário de desenvolvimento global extremamente desafiador para alcançar uma graduação sustentável e irreversível.
Esclareceu que a graduação de Angola e a sua saída da lista dos Países Menos Desenvolvidos foi adiada duas vezes, em grande parte devido a choques externos — incluindo a volatilidade do preço do petróleo e os impactos socioeconômicos da COVID-19. Tal facto reduziu a sua Renda Nacional Bruta per capita abaixo do limite exigido para uma excepção baseada apenas na renda.
Segundo o diplomata, Angola activou o Mecanismo de Monitoramento Reforçado, tal como previsto no Programa de Acção de Doha e desde então tem trabalhado em estreita colaboração com o Comité de Políticas de Desenvolvimento, para definir uma nova estratégia e cronograma para a referida graduação.
O Embaixador Francisco José da Cruz defendeu que esse processo reforçou a necessidade do país fortalecer o capital humano, acelerar a diversificação económica e reduzir as vulnerabilidades estruturais.
Por outro lado, reconheceu que a saída de Angola da lista dos países menos desenvolvidos representará novas oportunidades, nomeadamente o acesso a instrumentos de financiamento mais diversificados e o reforço da integração nas cadeias de valor globais.
Reiterou que o país está empenhado em garantir que a sua futura graduação não seja apenas oportuna, mas também sustentável, inclusiva e susceptível de promover ganhos de desenvolvimento a longo prazo.
A Reunião de Alto Nível sobre os Países Menos Desenvolvidos congregou ministros, altos responsáveis governamentais, parceiros de desenvolvimento, instituições financeiras internacionais, bancos regionais de desenvolvimento e entidades do sistema das Nações Unidas, bem como representantes da sociedade civil, do sector privado e do meio académico.